quarta-feira, janeiro 02, 2013

Mazurkiewicz

Nos sítios da rede, já se noticia o falecimento de Mazurkiewicz. Há uma semana, o antigo arqueiro estava internado. Há quarenta anos, porém, estava no imaginário do futebol.
Embora nas terras mexicanas participasse de sua segunda Copa do Mundo, são as imagens de 1970 as que serão repartidas por todos os admiradores do esporte. Considerado o melhor goleiro daquele certame, foi o antagonista perfeito para os golpes sutis e imprevisíveis de Pelé.
O confronto entre a Seleção e a Celeste seria o suficiente para que Mazurkiewicz contasse com a admiração do torcedor brasileiro. Mas ele foi além: atuando pelo Galo, participou da conquista do Campeonato Brasileiro de 1971.
Mazurkiewicz repetia os trajes negros de Yashin e, também por isso, repetiu parte do encanto e da lenda de seu antecessor.
Abaixo, um vídeo com defesas e depoimentos do arqueiro.
Aqui, um poema que escrevi em 2012.

sábado, dezembro 29, 2012

Cá vem o Pato

O mercado é o grande fornecedor de assunto nos recessos futebolísticos.
As manchetes mais repetidas dão conta de Pato no Corinthians, Robinho no Atlético (Santos, Flamengo), Vargas no São Paulo (Grêmio), Riquelme no Palmeiras.
Como as três últimas são ainda duvidosas, convém falar da possível chegada de Alexandre Pato, a mais provável de acontecer.
O histórico de lesões de Pato pode ser interrompido se o atleta se dispuser a um retorno para estas terras. O trabalho de recuperação é muito melhor deste lado do Atlântico. Sem recursos, os grandes clubes brasileiros desenvolveram uma expertise considerável no tratamento de lesões. É mais ou menos a história do dono de um carro antigo: sem poder (ou querer) trocar de veículo, ele aprende um pouco de mecânica.
Pato surgiu como um astro de primeira grandeza. Seis anos depois, encontra-se num momento que o aponta como estrela (de)cadente. Mas Pato é novo, tem talento e terá no Brasil uma chance única de recuperação: carinho de uma torcida em fase de júbilo, atenção de bons profissionais da área médica, possibilidade de atuar num campeonato inferior tecnicamente aos principais da Europa, mas que, por isso mesmo, viabiliza aos jogadores técnicos a chance de brilhar.
Contratação praticamente certa, Pato sofre, além da parte física, uma objeção: há quem diga que ele não tem a cara do Corinthians. Ao que parece, Emerson mandou um recado: no Corinthians não há estrelas. A mensagem parece certeira quando se tem em conta que os problemas de vestiário pesaram muito para sua saída de Milão.
Para a ambientação, Pato deverá contar com a ajuda de Tite e de Gilmar Veloz, empresário/procurador de ambos.
Objeções à parte, a impressão é a de que ganharão todos: Pato, Corinthians e Milan. O atacante terá a oportunidade de se recuperar, jogar e postular uma vaga na Copa; o Corinthians ganhará um atacante de ponta e um ótimo produto para campanhas publicitárias; o Milan se livrará de um problema e ainda fará receita para a possível contratação de Balotelli.
Quanto a ter a cara ou não do futuro time, é possível que a mudança de imagem dos dois - Corinthians e Pato - seja um dos objetivos da transferência.




terça-feira, dezembro 18, 2012

Pasta de dente e Silvio Santos

Curiosamente, nenhum dos colaboradores corinthianos de Na Cal se habilitou a um relato da conquista. Conquista que, diga-se, recupera um pouco a imagem dos clubes brasileiros no exterior após a desastrosa apresentação santista no ano passado. Parabéns aos corinthianos e ao Corinthians!
E como o futebol é uma gangorra, hoje o Santos é o único dos grandes paulistas sem possibilidade de ir ao Marrocos no fim do ano que vem.
Por enquanto, a eloquência de LAOR está guardada. Mas bastará um novo recomeço para os seus bordões voltarem. Nisso, ele se assemelha a todos os dirigentes dos grandes clubes, matraqueados por seus torcedores.
Se o DNA ofensivo do Santos é uma falácia (onde estava no fim da década de 80?), também são a soberania do São Paulo (um intervalo de quinze anos entre o terceiro título e o início do tricampeonato), a nova era de planejamento corinthiano (esquecer a documentação de viagem de um jogador menor de idade) e outras tantas mentiras que se tornam slogans.
Terminado o ano futebolístico brasileiro, as atenções serão voltadas para as partidas benemerentes e para o futebol europeu. Até futebol grego tem transmissão!
Mas, voltando os olhos para o futebol nacional, há bastante para ver.
O mercado, aquecido com o enriquecimento súbito dos clubes brasileiros, promete boas contratações.
Contudo, dinheiro na mão é vendaval, diria o cantor. Certos clubes insistem em gastar mal, em aplicar muitas fichas em jogadores que não justificariam tamanho esforço.
E quando as coisas dão errado, o que sobra é uma grande dívida.
Quando tudo vai certo, foi planejamento. E o torcedor, iludido e iludindo-se, vai repetindo as mentiras de cada temporada, mostrando que, com a valorização do marketing esportivo, os clubes estão se parecendo mais com pastas de dente. Todas são as melhores. E são a mesma coisa.

O que muda um pouco é a embalagem e uma ou outra ideia passageira. Às vezes, é bem melhor ver o Silvio Santos.

quinta-feira, dezembro 06, 2012

SPFC - "un coloso de América"

O primeiro jogo da Final da Copa Sul-Americana de 2012 entre São Paulo Futebol Clube e Tigres foi mais um típico jogo de Sudamerica, tenso, violento e com um pouco de bom futebol em alguns momentos.

Gosto de ir ver um pouco do que o outro lado pensa neste jogos da América do Sul. Todos os jornais argentinos não fizeram menção alguma à arbitragem.

Quando via o jogo, achei que o juiz ajudou muito mais os hermanos que ao São Paulo Futebol Clube. Mas, agora, quando olhei no que ellos não disseram sobre a arbitragem, mudei de ideia.

O Luis Fabiano provou que não pode ser convocado de novo. Que um jogador de final de semana se perca é algo esperado quando o sujeito leva uma falta. Todas aquelas frustrações que qualquer um tem no inconsciente podem dar o tom da reação, motivar aquele clássico quebra-pau.

Mas o Sr. Fabuloso recebe uma bolada, parece que mais de TREZENTOS MILHARES DE MANGOS! O Camisa 9 de un coloso de América recebe o suficiente para marcar gols e levar umas porradas de argentinos também.

Ou seria uma novidade que os jogos contra os argentinos são pegados?

Sempre é bom ver o que os vecinos hablan para se ter uma noção mais clara do que se passa por aqui.

Precisa a colocação San Pablo, un coloso de América, do Clarín. Mais exata ainda é esta descrição:

Se equivocó el Matador, confundió bravura y hambre de gloria con guapeza, con rudeza, con apuro... Las ansiedades se advirtieron en los muchachos del conjunto de Victoria, que intentó imponer sus condiciones desde el rigor y la fricción. Sin demasiada fortuna claro, porque San Pablo, un experimentado como el equipo paulista, demostró que no se amedrenta ante los golpes.

Também vivaz o intercâmbio cultura demonstrado nesta frase: las insultos cruzados en portuñol.  Importante para a integração dos povos do Mercosul.

O jornalista Alejandro Casar González, do desportivo Cancha Llena, resumiu tudo, com a devida sutileza necessária para descrever o ocorrido de acordo com a visão argentina, fricción ao invés de violência foi perfeito.

O melhor dos textos argentinos foi a não presença confiança em uma vitória fácil no jogo de volta. Eles têm respeito pelo Morumbi.

Vão entrar fechadinhos, em busca de um empate ou uma vitória conquistada em um contra-ataque, pelo o tom passado pela imprensa porteña.

Saludos,

quinta-feira, novembro 29, 2012

O adeus do criador da expressão: "Gol de Placa"

Vítima de um "AVC" Joelmir Beting morre aos 75 anos.


O Jornalista e comentarista Joelmir Beting foi vítima de um "AVC" no dia 22 de Outubro de 2012 e nos deixou nesta madrugada de quinta-feira, dia 29 de Novembro em São Paulo.

Joelmir teve como início de carreira a vida esportiva. Comentarista da Rádio Panamericana, logo mudou de ares para comentarista político devido a sua enorme paixão pelo Palmeiras e por ter vibrado, ao vivo, em uma transmissão do clássico Palmeiras e Corinthians com um gol feito por seu time de coração.

Também é lembrado pelo golaço que realizou fora dos campos, com a criação da expressão "Gol de Placa" após ter visto um Gol de Pelé, contra o Fluminense no Maracanã, o segundo da vitória do Santos naquele dia.

Embora comentarista econômico, seu assunto preferido era sempre a sua paixão, o Palestra. 

No próximo final de semana o Palmeiras, de acordo com a sua assessoria de imprensa, prestará uma singela homenagem ao ilustre Palestrino e todos os jogadores entrarão em campo com o nome "Joelmir" estampado nas costas e com uma das frases mais simbólicas demonstrando o seu eterno amor pelo time de Palestra Itália.

FRASES DE JOELMIR BETING

Nunca fiz um gol de placa, mas fiz a placa do gol
Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... É simplesmente impossível!
Abraços,
Eduardo Vidoti Perlatti
Twitter: @eduvidoti

sexta-feira, novembro 23, 2012

Até os Campeões caem!


“Após sagrar-se campeão no meio da semana, Mano Menezes é demitido do comando da Seleção Brasileira.”


Uma notícia as 16:45h desta sexta-feira, agitou o mundo futebolístico. Após reunião, a cúpula da CBF demitiu o técnico Mano Menezes e toda a sua comissão. Demitido no meio de sua gestão, Mano se junta ao renegado Emerson Leão, que teve o mesmo destino depois da Copa das Confederações em 2001.

Mano Menezes disputou 33 partidas pela seleção brasileira e teve, 21 vitórias, 6 empates e 6 derrotas, com um aproveitamento de 69,69%, inferior ao antigo técnico Dunga, que teve um aproveitamento de 77,9% (68 jogos, 49 vitórias, 12 empates e 7 derrotas) (Fonte: UOL ESPORTE)

Em entrevista, Andrès Sanches, disse que foi voto vencido na decisão e que estava satisfeito com o trabalho de Mano frente à seleção. Disse também que o foi ele o informou ao ex-técnico da seleção a sua demissão e que possui um respeito muito grande por seu trabalho.

Ressaltou que a decisão foi tomada devido a novos rumos que o planejamento da Instituição e que não concorda com a mudança de técnico nem com a atual filosofia, deixando incerto a sua permanência como Diretor de Seleções na CBF.

Os nomes para possíveis técnicos já começaram a ser ventilados no mercado. Tite, Felipão, Muricy e Luxemburgo estão em destaque. Mesmo assim o nome do novo técnico da Seleção Brasileira será divulgado no começo do ano de 2013, começando uma nova fase no futebol brasileiro.

Agora é aguardar o desfecho de mais essa novela e torcer para que o próximo treinador da seleção seja competente o bastante e nos coloque novamente em destaque no cenário futebolístico internacional.

E para você, quem deve ser o próximo comandante da seleção?

Abraços.
Eduardo Vidoti Perlatti
Twitter: @eduvidoti

segunda-feira, novembro 19, 2012

A queda de um Gigante.

“Palmeiras é rebaixado e escancara a falta de organização, planejamento e deficiências técnicas no elenco”.
                                                                 Fonte: Canal R7 Esportes

Podemos eleger inúmeros fatores que colaboraram com o destino cruel de um dos times mais tradicionais do futebol brasileiro. A nítida falta de relação entre o ex-técnico Felipão e seus comandados, a atrapalhada e amadora diretoria alviverde e a insistente pressão da torcida em cima de jogadores cobrando maior dedicação.

Felipão sempre foi unanimidade junto a diretoria do Palmeiras, utilizando de métodos antiquados, que deram certo em outras épocas, criou inimizades com o elenco palmeirense o que ocasionou certo “corpo mole” não de alguns, mas de vários jogadores do atual elenco. Com respaldo da diretoria, continuou no cargo e começou a despertar desconfianças e já não tinha mais todo o apoio entre torcedores, diretoria e elenco.

Com a conquista da Copa do Brasil 2012 e com vaga garantida na Libertadores de 2013, todos os tropeços anteriores (desempenho ínfimo no Brasileiro de 2011, eliminação pelo Guarani no Paulista de 2012, dentre outros) foram zerados e a recuperação no Brasileirão 2012 era apenas questão de tempo já que o elenco estava comprometido e cheio de entusiasmo para galgar algo mais neste campeonato, doce ilusão!

As rodadas foram passando e a deficiência técnica dos comandados de Felipão veio à tona. Tudo bem que o time sofreu com muitos desfalques, que foi prejudicado com alguns erros de arbitragem, mas a questionável qualidade técnica da equipe era muito grande.

Com muitas derrotas, declarações de Felipão dizendo que não sabia mais como alterar a sua equipe e enormes problemas de vestiário, algo tinha que ser feito para se tentar evitar o mal maior. Arnaldo Tirone convocou uma reunião com o até então técnico do Palmeiras e decretou o final da era Scolari no Palmeiras de comum acordo, segundo relatos.

Literalmente com o barco à deriva. Eis que surge uma aposta em um treinador da nova geração, Gilson Kleina. Este realizava um excelente trabalho na Ponte Preta e despertada interesse de várias equipes do futebol brasileiro e, com um convite desesperado do time alviverde, Kleina aceita o desafio de comandar o limitado elenco palestrino.

O desempenho de Kleina aumentou a pontuação da equipe em comparação com o seu ex-técnico, mas a herança herdada da comissão anterior não ajuda o novo comandante da embarcação e o naufrágio era questão de tempo.

A cobrança da torcida sempre foi enorme e, quem assume o compromisso em atuar pelo Palmeiras, sabe disso. As insistentes cobranças, as invasões de concentrações, os olheiros em cima de jogadores, o tumulto em centros de treinamentos, a instabilidade na sede social, o comportamento inadequado nos estádios, também foram fatores contribuintes para a queda do Palmeiras.

O planejamento de Arnaldo Tirone, Frizzo, Piraci e demais integrantes da diretoria foi equivocado desde o começo. Os inúmeros descontroles, a falta de pulso firme, a atuação amadora nos bastidores, a visível omissão, contribuem para que o Palmeiras seja muito frágil, com pouco poder de fogo perante as instituições, caso contrário das equipes do Corinthians, Fluminense e Flamengo, por exemplo.

Mexer com o sentimento do torcedor, realizar campanhas de marketing direcionadas, lançar produtos no mercado, explorar a nova arena (com inauguração prevista para o segundo semestre de 2013), contratar jogadores corretos, valorizar jogadores da base, entender a comissão técnica e seus desejos, investir os recursos de maneira coerente, profissionalizar a administração, ter uma atuação mais forte nos bastidores, são substantivos básicos para um bom planejamento e administração.

A temporada de 2013 será de consideráveis perdas financeiras (ou não) com renegociação de contratos de patrocínios, visibilidade de jogadores e até mesmo uma pequena desvalorização da marca, ao meu ver.

A comoção dos torcedores e ex-jogadores do Palmeiras nas redes sociais foi intensa na noite de domingo após a confirmação do rebaixamento. Ídolos como o ex-goleiro Marcos, o ex- atacante Edmundo expressaram sua solidariedade à instituição, seguidos por muitas declarações de torcedores que, a cada ano que passa, estão mais e mais carentes de títulos e comemorações.

Torcemos para que este gigante volte a ser grande, caia e consiga se levantar, resolva suas pendências internas (as quais sabemos que são inúmeras e de tamanhos exorbitantes), mas também tememos que não haja nenhum aprendizado com essa situação já que, há 10 anos, a primeira queda aconteceu e pelo que vimos desde lá, pouco se aprendeu.

Abraços,
Eduardo Vidoti Perlatti
Twitter: @eduvidoti


domingo, novembro 11, 2012

Dez anos esta tarde

Nesta tarde, às cinco da tarde, Palmeiras e Fluminense se enfrentarão. E, mesmo que não se definam já o campeão e os rebaixados, um ciclo será fechado.
Iniciada com cem anos de atraso, a disputa por pontos corridos serviu para aclarar algumas coisas no futebol brasileiro.
Em primeiro lugar, escancarou o amadorismo dos dirigentes de nosso futebol profissional. Acostumados ao jeitinho e às viradas de mesa, muitos clubes foram surpreendidos pela inclemência da tabela de classificação.
Encerrada uma década de disputa nos atuais moldes, é curioso notar que apenas seis clubes estiveram presentes em todas as dez edições: Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Internacional, Santos e São Paulo.
Principalmente partir de 2006, com a estabilização do número de participantes (20) e rebaixados (04), o descenso passou a ser uma punição temível e temida por agremiações e torcedores.
Com isso, o planejamento ganhou importância e os clubes começam a adequar suas ambições. Se antes, chegar entre os oitos primeiros bastava para a tentativa de ser campeão, hoje o título não é objetivo de todos os torcedores realistas.
Cada agremiação proporciona à sua plateia metas condizentes com suas possibilidades: manter-se na primeira divisão, a Sul-Americana, a Libertadores, o título.
Nas edições do campeonato por pontos corridos, contabilizando o provável êxito do Fluminense, apenas seis times alcançaram o primeiro lugar: Cruzeiro, Santos, Corinthians, São Paulo, Flamengo e Fluminense.
Percebe-se que, entre as listas dos mais assíduos e dos campeões, a única diferença é a presença/ausência de Corinthians e Internacional em cada uma delas.
Não é preciso muito tirocínio para constatar que os clubes mais habituados à fórmula de disputa são os mais propensos a vencê-la.
Resta esperar o que reserva a próxima década.

quinta-feira, novembro 01, 2012

Qual o rumo da arbitragem?


Com tantas polêmicas no ano de 2012, árbitros e assistentes viram protagonistas dentro das 4 linhas.


Há tempos que assistimos erros grosseiros do futebol brasileiro e mundial. Sabemos que devido a não profissionalização da profissão de árbitro o nível destes profissionais cai a cada ano que passa. Mas seria só este o problema do baixo nível destes?

Lances polêmicos, bola na mão, mão na bola, falta, vantagem, impedimento, foi gol, não foi, antigamente eram visto com outros olhos, eram exceção a regra. Aconteciam, é fato, mas em menor quantidade e divulgação, fazia parte do futebol, das rodas de discussão entre amigos e entendidos do futebol, mas ultimamente tais erros ganharam notoriedade e extrapolaram as mesas de bar chegando a processos no STJD.

O que se discute ultimamente é, somente, como se portam os árbitros de futebol ofuscando todo o envolto que nutre uma partida de futebol. Os lances geniais, as trocas de passes, defesas milagrosas dos goleiros, a torcida fazendo festa diante do momento mais esperado da partida, etc. Tudo isso ficando em segunda linha e invertendo os papéis do momento mais esperado na partida, que é o Gol, para simplesmente um instrumento que emite som, o apito.

Reciclagem não sei se seria a palavra certa para o atual momento da arbitragem mundial, mas que precisamos de uma safra nova de bons árbitros e assistentes, com mais qualidade técnica, mais preparo físico, mais segurança em seus posicionamentos, isso é inegável.

Assistindo a programas de mesas redondas o desempenho de tais figuras, que deveriam passar desapercebidas durante a partida, é discutido ferrenhamente gerando desconforto até mesmo aos entrevistadores e condutores de tais programas.

Aí eu me pergunto: “Seria 2012 um ano somente da arbitragem e o futebol teria sido deixado de lado”?


Abraços,
Eduardo Vidoti Perlatti
Twitter: @eduvidoti

quarta-feira, outubro 31, 2012

Bola de Ouro da FIFA sem surpresas

Como já diz o ditado ‘religião, política e futebol’ não se discute. Mas quando se vê na lista dos melhores jogadores do mundo nomes como Busquets e Piqué, essa máxima causa estranheza.

A lista dos concorrentes ao tradicional prêmio da FIFA foi divulgada no dia 23 e traz o santista Neymar como o único jogador brasileiro e atuante fora da Europa entre os pré-selecionados.

Eis os nomes:

Sergio Agüero (Argentina)
Lionel Messi (Argentina)
Manuel Neuer (Alemanha)
Mesut Özil (Alemanha)
Neymar (Brasil)
Radamel Falcao (Colômbia)
Didier Drogba (Costa do Marfim)
Yaya Touré (Costa do Marfim)
Gerard Piqué (Espanha)
Xabi Alonso (Espanha)
Xavi (Espanha)
Sergio Busquets (Espanha)
Sergio Ramos (Espanha)
Iker Casillas (Espanha)
Andrés Iniesta (Espanha)
Karim Benzema (França)
Robin van Persie (Holanda)
Wayne Rooney (Inglaterra)
Mario Balotelli (Itália)
Gianluigi Buffon (Itália)
Andrea Pirlo (Itália)
Cristiano Ronaldo (Portugal)
Zlatan Ibrahimovic (Suécia)

Sergio Busquets é apenas um bom volante, nada que o faça alcançar algum patamar além. Obedece o que o técnico manda, não dá assistências e sequer chega próximo ao gol. Ramires o substituiria com muito mais mérito. O problema de Piqué é outro. Passou a maior parte da temporada no departamento médico, não há parâmetro para julgamento.

Os italianos foram uma boa surpresa na lista. Os veteranos Pirlo e Buffon fizeram ótimas temporadas. O meia lidera a Juventus e fez uma UEFA Euro 2012 muito boa. Já o goleiro tem menos chance, visto que em toda a história do prêmio, apenas um defensor de metas foi consagrado, o Aranha Negra (Lev Yashin), em 1963, quando o prêmio ainda se chamava o Futebolista do Ano na Europa.

Apesar dessas boas surpresas na pré-lista, não acredito que elas perdurarão entre os três finalistas. Aposto tranquilamente na trinca Cristiano Ronaldo, Messi e Iniesta. Neymar, como prêmio de consolação, fica com o Puskas novamente pelo gol contra o Atlético Mineiro. Correndo por fora, os destaques são Falcão Garcia, Agüero e Robin van Persie.

O anúncio dos três finalistas acontece em 29 de novembro (três jogadores, três jogadoras, três técnicos de futebol masculino e três técnicos de futebol feminino). Os vencedores em cada categoria saem dia 7 de janeiro de 2013.

Alguém arrisca alguma reviravolta?

terça-feira, outubro 23, 2012

Melhor do mundo e do Brasil

Ronaldo, Ronaldinho e Kaká. O que há em comum entre eles?
Há resposta óbvias como o título da Copa de 2002, o fracasso de 2006, a carreira na Itália e na Espanha, os prêmios de Melhor do Mundo.
É exatamente nesse ponto - o de Melhor do Mundo - que aparece uma ironia comum aos três.
Nenhum deles, ainda que somando seis vezes o posto de maior jogador do planeta, conseguiu o título brasileiro.
Sintoma de uma época em que os bons jogadores saem cada vez mais cedo, rumo à Europa.
Os grandes craques da década de 80, por exemplo, só tiraram o passaporte depois de devidamente consagrados por aqui.
Falcão foi tricampeão pelo Internacional antes de se tornar o Rei de Roma. Zico já era o camisa 10 da seleção quando se tornou ídolo na Udinese. Careca, campeão nacional aos 17 anos, ainda aguardou oito temporadas para uma transferência.
De uns tempos pra cá, a partida cada vez mais precoce de nossos melhores jogadores fez com que muitos deles não tivessem uma carreira interessante por aqui.
Kaká chegou perto do título brasileiro em 2002, mas perdeu para a geração de Robinho e Diego. Precisará esperar seu retorno - se houver - para nova tentativa. Ronaldo jogou poucos Campeonatos Brasileiros e também não teve sucesso. Mas, de forma geral, Ronaldo nunca se deu bem certames de pontos corridos: só venceu no Real Madrid.
Agora, Ronaldinho tem sua chance. Demonstrando um talento redivivo, recolocou o Atlético Mineiro na disputa pelo primeiro lugar. É difícil ainda, mas possível.
E, então, na reunião com seus colegas, poderá dizer que foi o melhor do mundo e campeão brasileiro.
O que é para poucos. Talvez só para Romário.

segunda-feira, outubro 15, 2012

Tinha um árbitro no meio do caminho

A Ponte Preta ia conseguindo um resultado histórico e colocando um bom tempero na reta final do Brasileirão.
Com um belo chute de fora da área, Luan abriu o placar para a Macaca logo no primeiro minuto.
O resultado diminuía a vantagem do Fluminense para o vice-líder Atlético Mineiro e deixava a Ponte Preta tranquila na parte do meio da tabela.
Jogando em São Januário, o Tricolor contou com mais apoio de sua torcida do que o habitual. Mas, mesmo com dezenove mil pessoas dando suporte, o Fluminense fracassava nas tentativas de empatar e virar o jogo.
O time campineiro gastava o tempo para somar três pontos.
Faltando quinze minutos para o fim da partida, as coisas mudaram de figura. E o responsável foi, em grande parte, Sua Senhoria o Árbitro.
Após marcação de falta perto da linha da grande área, Wendel foi advertido com um discutível segundo cartão amarelo e, portanto, expulso.
O empate quase surgiu ali, mas Fred chutou para fora na cobrança da infração.
Alguns minutos adiante, pênalti assinalado num claro lance de "bola na mão". Dessa vez, Fred empatou.
Para completar a obra, uma falta invertida, na lateral da área, garantiu a oportunidade para o cruzamento que terminou em gol de Gum.
O Fluminense se mantém nove pontos à frente do segundo colocado. A Ponte Preta permanece na busca dos pontos necessários à sua manutenção na elite.
E a arbitragem seguirá fazendo das suas.


quarta-feira, outubro 10, 2012

Vasco e São Paulo

Vasco e São Paulo fazem hoje um jogo fundamental para suas pretensões no campeonato.
Acomodadas por muito tempo no quarto e no quinto postos da tabela, as equipes ainda não alterarão suas posições, qualquer que seja o resultado do embate, mas poderão redefinir suas estratégias até o fim da temporada.
Por muitas vezes, o time paulista esteve próximo de entrar no G4, grupo que o Vasco frequenta desde o ano passado, mas falhou nos momentos decisivos. O confronto direto é uma ótima oportunidade para minimizar distâncias.
Vencendo, o São Paulo ficaria a um ponto do Vasco, com uma tabela melhor na sequência. Mas a missão não é fácil: São Januário, Juninho, ausência de Lucas e histórico do primeiro turno entram na conta difícil de fechar para o elenco tricolor. Perdendo, mesmo com a tabela melhor, a Sul-Americana toma o lugar de prioridade.
Do lado do Vasco, pesam a dependência de Juninho Pernambucano, o jejum dos atacantes e a ausência de Dedé. Vencendo, o Gigante da Colina abre sete pontos de seu perseguidor e só perderá sua vaga na Libertadores em caso de conquista da Sul-Americana por um brasileiro; perdendo, reavivará a insatisfação do torcedor.
As ausências das estrelas são um oferecimento da CBF, que manteve rodada do campeonato numa data reservada para a Seleção enfrentar o poderoso esquadrão iraquiano.
Mas isso é outra história. Por enquanto, resta ver um jogo decisivo com as condições possibilitadas pelo calendário.


sábado, outubro 06, 2012

Para não falarem que não falamos

Muitos assuntos poderiam/deveriam ter sido comentados por aqui nos últimos dias.
Calhou, contudo, de uma onda de inatividade atingir todos os nossos colaboradores.
Para depois não dizerem que Na Cal passou em branco, falemos a destempo sobre alguns deles.

Ganso

Ganso começou a aparecer no futebol como substituto de Lúcio Flávio em 2009. Em 2010, sua atuação no Campeonato Paulista fez com que muitos pedissem sua convocação para a Copa. Preterido por Dunga, foi logo comparado a Falcão, unanimidade em 1978 e esquecido por Cláudio Coutinho.
Àquela época, havia a discussão sobre quem era melhor: ele ou Neymar.
Em 2011, jogou pouco, mas participou da final da Libertadores, sagrando-se campeão com o Santos.
Neste ano, foi novamente campeão paulista.
Ganso se apresenta para muitos como ponto de interrogação, uma vez que suas sucessivas contusões e a atribulada gestão de sua carreira o distanciaram de seu melhor futebol, a ponto de hoje não haver comparação entre ele e seu ex-companheiro Neymar.
A aposta do São Paulo é arriscada, mas viável. Os maiores problemas continuarão sendo sua gestão e as contusões. A mudança de ares, entretanto, pode arejar sua mente e resgatar seu melhor futebol.

Alex


O episódio da saída de Alex do Fenerbahçe é uma daquelas histórias estranhas do futebol: um ídolo é posto de lado por vaidades de seu treinador, com aval do presidente do clube, poucas semanas depois de ser homenageado com uma estátua por uma das torcidas mais fanáticas do mundo.
A versão corrente é a de que o treinador, que foi jogador do Fenerbahçe, queria evitar ser superado pelo meia como maior artilheiro da história do clube. Além disso, a veneração ao atleta parece ter incomodado os próprios dirigentes.
Contrato desfeito, Alex é uma boa opção para os clubes brasileiros.
O meia já afirmou que prefere voltar para uma das equipes em que já atuou. A decisão parece sensata: recomeçando num lugar onde já tem aceitação, o atleta minimizaria os efeitos do regresso.
Nos últimos oito anos, o torcedor testemunhou apenas os bons lances de Alex (gols, passes e títulos), não o viu jogar mal. Retornando ao convívio diário da torcida brasileira na condição de grande reforço, as cobranças seriam maiores se estreasse nova camisa em sua carreira.

O Apagão


Na sabedoria popular, diz-se que o primeiro respeito que se deve conquistar é o próprio.
Tendo isso em mente, a cena de uma Seleção impedida de jogar por causa de um blecaute, estática num estádio de quarta divisão e substituída por um remake de novela, pode ser uma metáfora esclarecedora.